quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um conto a Serafina

UM CONTO A SERAFINA

ROBERTO MAURO ARROQUE


Era uma vez uma cidade. Tão pequena tão pequena que se chamava “Fifina”.
A cidadezinha era num vale, lindo, lindo, que até o sol quando aparecia ficava paradinho olhando o lugar e esperando as pessoas acordarem.
As pessoas sabiam ser feliz com as pequenas coisas. Os adultos trabalhavam toda a semana e, as crianças brincavam com os carrinhos de madeira e as bonecas de pano. Nos domingos todos iam à missa rezar. Depois se reuniam na praça e cantavam bonitos cantos italianos.
Ex: MÉRICA, MÉRICA, MÉRICA..
Certo dia, uma menina, a menor da família, pediu à sua mãe que fizesse uma boneca de pano:
FILHA:
- Mamãe, a senhora faz uma boneca de pano para mim?
MÃE:
-Claro que sim minha filhinha, farei a boneca com algum pedaço de pano que encontrar.
FILHA:
-Tu és magrinha, te darei o nome de “Fifina”.
“Fifina” gostava tanto de olhar-se no espelho com Maria e recebia tanto carinho da menina que nem se achava feia.
O que a boneca mais gostava era passear com a menina, olhava: as casas, as flores, a igreja, as pessoas que passavam a cavalo ou de carroça.
Toda a noite ao deitar, Maria colocava a sua boneca do lado da cama e toda manhã a pegava para uma nova brincadeira.
O tempo passou e a menina cresceu. Era uma moça e não brincava mais com “La sua bambola”, que estava guardada no lugar mais alto da estante do quarto e, a boneca aí entendeu que estava vendo Maria pela última vez..
FILHA:
- Obrigado pelo carinho e companhia, te guardarei aqui, mas não te esquecerei.
Do lugar onde estava a boneca viu todas as mudanças na família. As aranhas eram as únicas companheiras de Fifina na estante. Com o tempo ela aprendeu a entender língua das aranhas.
A aranha mais velha notou a tristeza da boneca e tentou consolá-la.
ARANHA:
- Se você pensa que a vida das aranhas é melhor do que a das bonecas, você se enganou... Nós aranhas passamos o dia inteiro tecendo as nossas teias. Quando estão prontas, aparece aquela vassoura e pronto: foi-se minha teia. Toca-me começar tudo de outra vez.
A boneca não se consolava.
A velha aranha, brava costureira colocou-se a tecer e a boneca, que com o passar do tempo, foi ficando rasgada e suja. Depois costurou um belo vestido e costurou cabelos de lâ na sua boneca.
Estava pronta uma nova boneca. Tão bonita, que dona aranha nem acreditava que teria sido feito por ela. Mas a aranha percebeu que a boneca continuava triste e disse:
- Aquilo que tu necessita eu não posso dar, tu precisas  de uma menina que te aperte com o coração.
Novamente muitos anos se passaram e Maria já era vovó.Tinha uma neta que também se chamava Maria: era uma menina brincalhona e alegre, sem bonecas porque não gostava de nenhuma.
A “nona” então se lembrou daquele puoto que sua mãe tinha feito para ela quando era criança. Foi à procura da boneca e encontrou cheia de pó, limpou-a com muito cuidado e a brecou fortemente. O bater amoroso do coração de Maria acordou a boneca.
Ninguém na casa sabia de onde tinha vindo aquela boneca, companheira inseparável de Maria, que resolveu chamar a boneca de Serafina.
A boneca Serafina, foi fazer seu primeiro passeio nos braços da nova Maria. A boneca não entendia como que aquela pequena cidadezinha havia se tornado cidade. As casas, os jardins, as calçadas.
As pessoas se vestiam e cantavam de modo tão diferente. Mas a boneca adorava tudo.
Agora a boneca foi adotada por todas outras crianças da pequena cidade de Serafina.
Todos amavam a pequena boneca, ela entendeu também que aquelas crianças um dia cresceriam, mas no lugar delas, outras e outras crianças viriam.
Daqui em diante não faltariam mais crianças para encher de alegria e de amor, o doce coração de pano da boneca Serafina.


Contribuição da aluna Fabiane Pedroso

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